Uma caminhada, uma simples e despretensiosa caminhada.

Letícia Campos
3 min readApr 22, 2021

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Há dias em que o coração pede, a mente clama e todo seu corpo diz: “Saia de casa, faça exercícios, contemple o hoje que Deus fez.” Hoje foi um dia desses. O estresse e a ansiedade tomavam conta de mim, e a sensação era de que se eu não desse um jeito de mexer meu corpo, sair de casa e me desligar um pouco, eu iria explodir. Até que uma amiga, totalmente providenciada pelo Senhor, me disse: “Vamos caminhar?” Logo pensei, por que não?

Foi uma leve e bela manhã ensolarada de quarta-feira, no feriado de 21 de Abril na cidade de Uberlândia. O clima estava perfeito, o sol brilhava e iluminava cada ponto da cidade, até o mais longe que meus olhos puderam alcançar, mas não de uma forma quente e enfadonha, estava acompanhado de um vento leve e uma brisa suave, daquelas que fazem a gente se alegrar de ter acordado cedo num feriado para caminhar. Saímos a andar de forma despretensiosa, sem intenção de ir a lugar algum; e numa caminhada com boa companhia, eu vi a ação do Senhor.

A cada esquina, em todo o canto, eu pude contemplar o Deus amoroso me mostrando sua criação e se dando a conhecer na amizade, nas longas e excelentes conversas, no farfalhar das folhas das árvores e seus variados tons de verde, na beleza das flores e no canto dos pássaros. Um Deus que claramente falava ao meu coração e direcionou meu olhar para o que importava. Lembrou-me seu cuidado, o belo dia preparado, e o mais importante, viver o hoje. Trouxe-me a recordação de que não há motivos para me estressar e viver ansiosa por coisa alguma, pois ele tem todas as coisas sob seu cuidado, me trouxe a memória o que poderia me gerar esperança, e gerou.

Ás vezes, tudo que se precisa é desligar o celular e ir caminhar, jogar conversa fora e contemplar a beleza do criador. Observar como tudo tem funcionado em perfeita ordem, cada mínimo detalhe colocado no seu tempo e espaço, e então, ordenar o caos que se passa dentro de nós. Dar comando à nossas almas e viver a suficiência do Cristo que já consumou na cruz tudo que nos aflige, acusa, preocupa, gera medo e ansiedade. Viver a suficiência do Cristo que já resolveu o maior problema das nossas vidas, que era a separação do nosso Criador. Entender isso nos faz enxergar os problemas desse mundo como algo secundário, passageiro e sem o poder de nos tirar a paz conquistada pelo Senhor.

Terminei a caminhada sem me lembrar direito o que é que me afligia, afinal o que poderia me afligir num dia tão bonito? O resultado foi uma explosão de alegria acompanhada de um coração calmo e quebrantado; Minhas expectativas foram realinhadas, meus pensamentos corrigidos e minha confiança no Senhor, restaurada. Com amor constrangedor fui exortada.

Termino o dia aqui, escrevendo este texto e agradecendo a Deus por tamanha misericórdia em ensinar de novo, e de novo, o que eu deveria estar careca de saber. Espero que quando eu voltar para meu trabalho amanhã, quando os problemas baterem à porta, a ansiedade querer tomar meu coração, e me ocorrer a velha falta de memória, eu possa me lembrar dessas palavras, olhar o céu, a natureza, as pessoas, e me lembrar do criador; Ministrar à minha alma e lembrá-la quem é o meu pai. O mesmo Deus que se preocupa com as aves, com as flores e cada folha que cai no chão, é o Deus que pode acalmar as tempestades do meu coração.

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